terça-feira, 30 de agosto de 2011

Inspiração e processo de criação, por Daphne


   
       Chego em casa muito empolgada pra falar e comentar tudo que está acontecendo nos ensaios. E e se por um momento paro e fico em silencio, logo vem a peça. Estou anciosa, dá vontade de que a semana não acabe...rs
           
Hoje ouvimos a trilha dos monólogos das "Valérias", muito bom! Dá uma vontade de ver tudo pronto. É ótimo que estamos caminhando pro sentido que queríamos.
           
Cada dia fico mais empolgada com o que estamos trabalhando. Ficará lindo, tenho certeza. A história da Valéria mexe muito, e vive-la está sendo um presente da vida!
           
Saber que vamos contar essa história pra muitas pessoas, que vão sair de lá com outra visão sobre muitos assuntos, não só a aids, é incrivel!
           
Acho que a função do teatro é  mexer e bagunçar mesmo com a cabeça das pessoas. Essa arte é linda, pela forma que toca lá no fundo. E sei que quando elas ficarem em silêncio a peça virá na cabeça delas também.
E como é bom falar de preconceito, amor de afeto  (Afeto que também temos todos).
           
Então que por essa peça, por este blog e pela Valéria conversemos sobre esse e outros muitos assuntos de tanta importância.   
      
Bem, dia 5 de outubro estreiamos!!Todas as energias boas pra essa temporada e para muitas que virão!   
        
Daphne Bozaski

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Abigail Wimer e Roseli Tardelli convidam prefeito Gilberto Kassab para estreia




 A produtora Roseli Tardelli convida o prefeito Gilberto Kassab para a estreia da peça

A diretora Abigail Wimer e a produtora Roseli Tardelli prestigiaram a inauguração do Sesc Bom Retiro no sábado. Várias autoridades e representantes da comunidade do bairro estiveram presentes ao evento. Lá, Roseli e Abigail convidaram o prefeito Gilberto Kassab para a estreia da peça e conversaram com o presidente da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), Abram Szajman, entusiasta da montagem de "Depois daquela viagem" e parceiro de Tardelli na luta contra a aids. A montagem do espetáculo conta com o apoio do Sesc e do Senac.

Roseli Tardelli, o presidente da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) Abram Szajman e a diretora Abigail Wimer

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nossa primeira leitura!



Oi queridos,

estou escrevendo pra contar como foi o impacto da nossa primeira leitura. Na época eu escrevi esse texto pra compartilhar com meus amigos e ele cabe no nosso blog, pra todos que quiserem acompanhar as notícias sobre nossa montagem!
Aí vai:



Depois daquela viagem

Hoje comecei uma viagem nova: é uma peça de teatro. Vamos (sim, é um grupo!) montar uma adaptação do livro Depois daquela viagem de Valéria Piassa Polizzi.
A história é conhecida de muita gente. Valéria contraiu o vírus da AIDS ainda nos primórdios da doença no Brasil e no mundo e passou por uma experiência dura de internações, preconceito, perda da saúde. O livro é um romance em que ela conta tudo pelo que passou, ao mesmo tempo em que reflete e compartilha o que aprendeu com tudo isso. A peça vai seguir o mesmo caminho.
Somos um elenco jovem, com média de idade de vinte e cinco anos. São oito mulheres e seis homens se revezando em vários personagens para contar a história da Valéria.
Quando terminamos a leitura da peça hoje, eu tive uma sensação muito boa com relação à montagem: temos uma história linda para contar! Sim, linda! A maior qualidade da Valéria no seu livro e nessa peça é que ela usou tudo pelo que passou para rever seus próprios preconceitos e para alimentar o sonho de um mundo melhor, onde a cultura ajuda as pessoas a se aproximarem, num processo infinito de rever os próprios pontos de vista e de mudanças. Linda também porque a experiência de saber através da doença que pode haver um fim para o que estamos vivendo traz uma sensação de urgência e ao mesmo tempo de fruição para Valéria: as conquistas mais simples passam a ter outro valor, as relações passam a ter outro sabor, o amor passa a ter outro significado.
Eu estou muito agradecido à Valéria pela coragem de escrever tudo pelo que passou num livro tão sensível, divertido e tocante e estou feliz de começar essa nova viagem. Sinto vontade de dizer como escutava meus colegas dizerem quando eu ainda estava na escola de teatro: Que seja doce!
Um beijão e boa semana!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Atores, produtores, diretores e apoiadores se reunem em almoço e se mostram tocados pela temática da aids

(Foto: João Caldas)
Os atores, os diretores artísticos, o pessoal da preparação corporal, os responsáveis pelo figurino, pelo cenário e pela divulgação do espetáculo “Depois Daquela viagem” irão chegar ao final do processo de montagem dessa peça mais atentos para as questões que envolvem a discriminação e a aids.

Na sexta-feira passada, durante um almoço em que foram convidadas todas as pessoas envolvidas até o momento na execução do espetáculo, a aids foi citada na maioria das conversas da confraternização. “Estamos aqui todos se conhecendo melhor, criando mais intimidade, se divertindo e falando sobre aids”, comentou a jornalista Roseli Tardelli, produtora geral da montagem e organizadora do encontro, realizado no Rubaiyat da Alameda Santos, com o apoio do proprietário do restaurante, Berlamino Iglesias.

A diretora Abigail Wimer, o autor Dib Carneiro e a produtora Roseli Tardelli (Foto: João Caldas)

 Adaptada para o teatro por Dib Carneiro Neto, a peça conta a história do livro homônimo escrito por Valéria Piassa Polizzi, hoje com 40 anos. Quando adolescente, Valeria se infectou com o HIV durante a primeira relação sexual em uma viagem num cruzeiro marítimo. Mas com apoio da família, de classe média alta, ela decidiu erguer a cabeça e lutar pela vida na época em que ainda não existia o coquetel de medicamentos contra a aids.

“O livro escrito pela Valéria ajuda muito na educação sexual dos adolescentes”, ressalta Dib Carneiro. “Meu grande desafio ao passar a história para o teatro foi justamente tentar manter a mesma linguagem jovem e dinâmica adotada por ela. Precisava falar de aids, sem parecer uma aula chata”, acrescentou o autor da peça.

Abigail Wimer e o cenógrafo Márcio Vinícius (Foto: João Caldas)
Segundo a diretora geral e musical do espetáculo, Abigail Wimer, o elenco está “bem acordado” no que se refere à prevenção do HIV. “A peça despertou nos atores um senso muito crítico de como lidar com a sexualidade. Alguns deles perceberam durante as encenações que já passaram por alguma situação de risco, e agora estão bem mais atentos”, acrescenta, Márcio Vinícius, responsável pelo cenário e
figurino, disse que a produção dos materiais da peça exige um olhar mais sustentável. “As madeiras que vamos usar para o cenário, por exemplo, são de reflorestamento. O espetáculo fala da vida humana, e não podíamos descartar a responsabilidade social no nosso trabalho também”, explicou. 

O elenco
Catorze jovens atores foram selecionados para formar o elenco por meio de testes.


Para Léo Stefanini, que irá interpretar o pai da Valéria na peça, a montagem ajudará a divulgar mais informações sobre aids. “Está muito claro para mim que o vírus HIV já não tem mais a mesma atenção dos veículos de comunicação”, comentou. Camila Minhoto, a mãe da Valéria na peça, contou que depois que começou a participar dessa produção que passou a fazer uma reavaliação sobre preconceitos.

Geraldo Rodrigues, que viverá no palco o personagem Dr. Infecto, disse que a peça o fez pensar na importância da intimidade sexual. “O amor representa também cuidado com você e com o outro. Acho que aquele que ama também não pode se esquecer de se proteger e de proteger o outro numa relação sexual, por exemplo”, enfatizou.

A atriz Charlene Chagas, que teve participações nas novelas da Globo Passione e Caminhos das Índias, acredita que integrar o elenco desta peça acrescentou muito no seu conhecimento sobre a doença. “Sabia o básico da aids, como pega e como não pega, mas não sabia, por exemplo, como vivem hoje as pessoas com HIV, como é o convívio delas na sociedade”, finalizou.
Elenco: Carol Capacle, Geraldo Rodrigues, Rafael Sola (na frente), Mariana Leme, Maria Bia, Giovani Tozi, Daphne Bozaski, Naiara de Castro, Eliot Tosta (no meio), Osvaldo Antunes e Camila Minhoto (atrás) - (Foto: João Caldas)                                                                                    

Parceiros
Representantes de organizações que atuam na área da saúde e da cultura que estão ajudando ou que podem vir ajudar na execução da peça também estiveram no almoço.O chefe da Representação do Ministério da Cultura em São Paulo, Tadeu Di Pietro, disse que “o teatro é uma maneira gostosa e dinâmica de levarinformações aos jovens que não têm o costume de ler”. Rodolfo Pereira, do laboratório Bristol-Myers Squibb, também ressaltou que o teatro é uma forma de trazer o “tema aids para a discussão das pessoas de maneira light”. Valéria Lapa, coordenadora de Comunicação Corporativa da mineradora Anglo American, falou sobre a importância de lembrar que a aids ainda é um problema grave e que atinge milhares de pessoas.


O produtor Maurício Barreira, o chefe da representação do Minc em SP Tadeu di Pietro, o iluminador Domingos Quintiliano, Roseli Tardelli, Abigail Wimer e Rodolfo Pereira, da Bristol-Myers Squibb (Foto: João Caldas)

A superintendente de operações do SENAC, Lucila Mara Sbrama Sciotti, disse que “ampliar a informação sobre um assunto tão sério é uma maneira de colaborar para a formação cidadã dos adolescentes e jovens.”
 Já Flávia Bolaffi, do SESC Consolação, lembrou que muitas pessoas vão assistir o espetáculo por conta da temática aids e terão mais contato com as artes cênicas. “É evidente que nessa peça a arte será usada para informar sobre um tema da saúde, mas acho que também será comum as pessoas da área da saúde serem de alguma forma tocadas pela arte.

A peça “Depois Daquela Viagem” está prevista para estrear em outubro no SESC Consolação. 
Dib Carneiro, Roseli Tardelli, Abigail Wimer, a superintendente de operações do Senac Lucila Sciotti e a coordenadora de comunicação corporativa da mineradora Anglo American Valéria Lapa (Foto: João Caldas)

Na mídia

A montagem do espetáculo "Depois Daquela Viagem" já está ganhando destaque na imprensa. “Políticos e artistas se reúnem hoje para apoiar peça, que estreia em outubro, sobre Valeria Polizzi e o HIV. No Rubaiyat da Alameda Santos”, informou a jornalista Sonia Racy em sua coluna Direto da Fonte publicada no jornal O Estado de S.Paulo na sexta-feira, 12 de agosto.


Diretora e elenco com Sérgio Luiz e Flávia Bolaffi do Sesc (Foto: João Caldas)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Estreia 5 de outubro no SESC CONSOLAÇÃO

Depois Daquela Viagem é uma adaptação teatral, escrita pelo jornalista e dramaturgo Dib Carneiro Neto (Prêmio Shell de autor em 2008), do livro homônimo de Valéria Piassa Polizzi, editado pela Ática em 1997. O livro já passou a marca dos 100 mil leitores ­– ou seja, um público potencial para ver a peça em todo o Brasil. O livro já foi publicado em vários países, como Itália, Alemanha, Argentina e México. No tom coloquial próprio dos jovens, Valéria relata com bom humor e descontração as farras com a turma de amigos, o despertar da sexualidade e muitas outras coisas que atormentam qualquer adolescente.


 Tudo isso seria natural se não fosse por um pequeno detalhe que iria fazer uma enorme diferença: Valéria contraiu o vírus da AIDS aos 16 anos, porque, segundo ela mesma, “transei sem camisinha”. No livro, ela mostra como, de repente, por causa de quatro letrinhas, sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe como a doença mexeu com sua cabeça e com seus sentimentos. É um testemunho de coragem e determinação de levar a vida adiante, de aprender a viver com o vírus – e viver bem.
Voltada prioritariamente (mas não só) para o público jovem, na faixa dos 10 aos 18 anos, esta é uma peça, mais do que tudo, sobre o preconceito – um tema que começa a fazer sentido na adolescência, época em que mais se questiona o sentido da vida, a essência das relações e, sobretudo, o futuro. A partir de um caso específico de indicação soropositiva na personagem central, o preconceito aparece na trama sob várias formas: raça, deficiências físicas, sexo. Mas nunca em tom de lição de moral. Ao se falar de preconceito, a ideia fundamental é ensinar a tolerância.
Com relação à AIDS, o espetáculo é um alerta – infelizmente, ainda muito atual – para que os jovens não voltem a se expor às conseqüências da desinformação, não só quanto às formas de se contaminar, mas também em relação a “o que é viver com o vírus da AIDS no seu corpo”. É possível viver muito bem a vida, apesar do vírus – esse é o testemunho maior da personagem central. Daí a importância desse tema hoje e de se montar uma peça de teatro para jovens, voltada para esse assunto que tanto incomoda aqueles que estão se iniciando na vida sexual e vivem cheios de dúvidas, embora gostem de aparentar uma segurança que definitivamente não têm.
 A prevenção ainda é a melhor maneira de enfrentar a AIDS – e a melhor maneira de se prevenir é informando-se. Esta peça vai ajudar nessa conscientização, sem ser chata nem didática, mas falando a língua dos jovens – tão pouco contemplados com montagens teatrais voltadas para seus interesses. O público adolescente é hoje um filão pouco explorado e aproveitado na área cultural.
Depois Daquela Viagem é um espetáculo assim, voltado para o público jovem, e que agrega a seus inegáveis valores artísticos e culturais um amplo componente de compromisso social. O fato de ter como personagem principal uma adolescente soropositiva garante à peça um grande apelo educacional, capaz de atrair a atenção de educadores, psicólogos e professores, interessados na conscientização dos jovens para a prevenção à aids e na educação sexual no sentido mais amplo.
Ensinar como é importante usar camisinha, de forma criativa e sem os ranços professorais que na maioria das vezes só atrapalham – eis o desafio vencido pelo texto de Depois Daquela Viagem.