terça-feira, 16 de agosto de 2011

Atores, produtores, diretores e apoiadores se reunem em almoço e se mostram tocados pela temática da aids

(Foto: João Caldas)
Os atores, os diretores artísticos, o pessoal da preparação corporal, os responsáveis pelo figurino, pelo cenário e pela divulgação do espetáculo “Depois Daquela viagem” irão chegar ao final do processo de montagem dessa peça mais atentos para as questões que envolvem a discriminação e a aids.

Na sexta-feira passada, durante um almoço em que foram convidadas todas as pessoas envolvidas até o momento na execução do espetáculo, a aids foi citada na maioria das conversas da confraternização. “Estamos aqui todos se conhecendo melhor, criando mais intimidade, se divertindo e falando sobre aids”, comentou a jornalista Roseli Tardelli, produtora geral da montagem e organizadora do encontro, realizado no Rubaiyat da Alameda Santos, com o apoio do proprietário do restaurante, Berlamino Iglesias.

A diretora Abigail Wimer, o autor Dib Carneiro e a produtora Roseli Tardelli (Foto: João Caldas)

 Adaptada para o teatro por Dib Carneiro Neto, a peça conta a história do livro homônimo escrito por Valéria Piassa Polizzi, hoje com 40 anos. Quando adolescente, Valeria se infectou com o HIV durante a primeira relação sexual em uma viagem num cruzeiro marítimo. Mas com apoio da família, de classe média alta, ela decidiu erguer a cabeça e lutar pela vida na época em que ainda não existia o coquetel de medicamentos contra a aids.

“O livro escrito pela Valéria ajuda muito na educação sexual dos adolescentes”, ressalta Dib Carneiro. “Meu grande desafio ao passar a história para o teatro foi justamente tentar manter a mesma linguagem jovem e dinâmica adotada por ela. Precisava falar de aids, sem parecer uma aula chata”, acrescentou o autor da peça.

Abigail Wimer e o cenógrafo Márcio Vinícius (Foto: João Caldas)
Segundo a diretora geral e musical do espetáculo, Abigail Wimer, o elenco está “bem acordado” no que se refere à prevenção do HIV. “A peça despertou nos atores um senso muito crítico de como lidar com a sexualidade. Alguns deles perceberam durante as encenações que já passaram por alguma situação de risco, e agora estão bem mais atentos”, acrescenta, Márcio Vinícius, responsável pelo cenário e
figurino, disse que a produção dos materiais da peça exige um olhar mais sustentável. “As madeiras que vamos usar para o cenário, por exemplo, são de reflorestamento. O espetáculo fala da vida humana, e não podíamos descartar a responsabilidade social no nosso trabalho também”, explicou. 

O elenco
Catorze jovens atores foram selecionados para formar o elenco por meio de testes.


Para Léo Stefanini, que irá interpretar o pai da Valéria na peça, a montagem ajudará a divulgar mais informações sobre aids. “Está muito claro para mim que o vírus HIV já não tem mais a mesma atenção dos veículos de comunicação”, comentou. Camila Minhoto, a mãe da Valéria na peça, contou que depois que começou a participar dessa produção que passou a fazer uma reavaliação sobre preconceitos.

Geraldo Rodrigues, que viverá no palco o personagem Dr. Infecto, disse que a peça o fez pensar na importância da intimidade sexual. “O amor representa também cuidado com você e com o outro. Acho que aquele que ama também não pode se esquecer de se proteger e de proteger o outro numa relação sexual, por exemplo”, enfatizou.

A atriz Charlene Chagas, que teve participações nas novelas da Globo Passione e Caminhos das Índias, acredita que integrar o elenco desta peça acrescentou muito no seu conhecimento sobre a doença. “Sabia o básico da aids, como pega e como não pega, mas não sabia, por exemplo, como vivem hoje as pessoas com HIV, como é o convívio delas na sociedade”, finalizou.
Elenco: Carol Capacle, Geraldo Rodrigues, Rafael Sola (na frente), Mariana Leme, Maria Bia, Giovani Tozi, Daphne Bozaski, Naiara de Castro, Eliot Tosta (no meio), Osvaldo Antunes e Camila Minhoto (atrás) - (Foto: João Caldas)                                                                                    

Parceiros
Representantes de organizações que atuam na área da saúde e da cultura que estão ajudando ou que podem vir ajudar na execução da peça também estiveram no almoço.O chefe da Representação do Ministério da Cultura em São Paulo, Tadeu Di Pietro, disse que “o teatro é uma maneira gostosa e dinâmica de levarinformações aos jovens que não têm o costume de ler”. Rodolfo Pereira, do laboratório Bristol-Myers Squibb, também ressaltou que o teatro é uma forma de trazer o “tema aids para a discussão das pessoas de maneira light”. Valéria Lapa, coordenadora de Comunicação Corporativa da mineradora Anglo American, falou sobre a importância de lembrar que a aids ainda é um problema grave e que atinge milhares de pessoas.


O produtor Maurício Barreira, o chefe da representação do Minc em SP Tadeu di Pietro, o iluminador Domingos Quintiliano, Roseli Tardelli, Abigail Wimer e Rodolfo Pereira, da Bristol-Myers Squibb (Foto: João Caldas)

A superintendente de operações do SENAC, Lucila Mara Sbrama Sciotti, disse que “ampliar a informação sobre um assunto tão sério é uma maneira de colaborar para a formação cidadã dos adolescentes e jovens.”
 Já Flávia Bolaffi, do SESC Consolação, lembrou que muitas pessoas vão assistir o espetáculo por conta da temática aids e terão mais contato com as artes cênicas. “É evidente que nessa peça a arte será usada para informar sobre um tema da saúde, mas acho que também será comum as pessoas da área da saúde serem de alguma forma tocadas pela arte.

A peça “Depois Daquela Viagem” está prevista para estrear em outubro no SESC Consolação. 
Dib Carneiro, Roseli Tardelli, Abigail Wimer, a superintendente de operações do Senac Lucila Sciotti e a coordenadora de comunicação corporativa da mineradora Anglo American Valéria Lapa (Foto: João Caldas)

Na mídia

A montagem do espetáculo "Depois Daquela Viagem" já está ganhando destaque na imprensa. “Políticos e artistas se reúnem hoje para apoiar peça, que estreia em outubro, sobre Valeria Polizzi e o HIV. No Rubaiyat da Alameda Santos”, informou a jornalista Sonia Racy em sua coluna Direto da Fonte publicada no jornal O Estado de S.Paulo na sexta-feira, 12 de agosto.


Diretora e elenco com Sérgio Luiz e Flávia Bolaffi do Sesc (Foto: João Caldas)

2 comentários:

  1. Excelente! Vamos torcer por uma longa temporada e para que a arte rompa preconceitos sobre o tema. Prevenção, especialmente entre os jovens, é tudo!

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  2. Notícia maravilhosa. Amo de paixão esse livro, sou super fã da Valéria, vivi toda a minha adolescência tendo essa mulher como um grande exemplo de vida! Fico muito feliz em saber que teremos sua história nos palcos e ansiosa por ver essa peça em Fortaleza-CE. Vou ficar na expectativa e torcendo para que chegue ao nosso estado. Parabéns!!!!

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